sexta-feira, 13 de agosto de 2010

"Que inveja!"

Há muito boa gente que, ao ver o sucesso ou a beleza ou a inteligência ou seja-lá-o-que-for de outra pessoa exclama de imediato (ou, no mínimo, o pensa inevitavelmente): "que inveja"! Às vezes é mera força de expressão (resposta usual a "ai estou tão bem de férias!", por exemplo); tudo bem até aí.

A questão é quando a inveja é mais do que uma palavra e é, isso sim, um facto. Quanto ao se ver algo de bom noutra pessoa, o primeiro impulso não é apreciá-lo por si, mas sim desejá-lo cegamente para nós próprios. Para mim, a inveja é das coisas mais mesquinhas que existem.

Claro que, não raras vezes, me deparo com feitos ou qualidades de outras pessoas que eu própria desejo para mim; mas nessas ocasiões tenho tendência a ver a questão pelo prisma de "que inspiração!", ao invés de me pôr a cogitar mundos e fundos de infelicidade sobre a pobre alma (ou a apontar-lhe todo e cada defeito que naturalmente tem - outro must da inveja).

Muito pouco humildemente, confesso que nunca me considerei invejosa. Chi sa esteja errada (outros poderão avaliar dessa questão). A verdade pura é que se vejo alguém a alcançar os seus objectivos, em especial se são próximos dos meus, isso só serve para me inspirar a esforçar-me ao máximo para também eu lá chegar - por mim, não por mera demonstração de status social ou parvoeira congénere. E não será bem melhor inspirarmo-nos uns nos outros do que nos andarmos a invejar mutuamente?

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