Não, não estou a falar de meias mal cheirosas (ou outras peças de roupa igualmente fedorentas), mas sim do bom (ou mau) ambiente vivido no balneário de uma equipa - que é como quem diz, do bom (ou mau) relacionamento entre jogadores e destes com equipa técnica e afins.
Gosto de futebol, sim - mas prometo que isto tem um objectivo mais lato.
Após o fantástico jogo da Selecção Nacional de hoje (inserir aqui sarcasmo), Deco (ou, como os comentadores insistiram em chamar o jogador sempre que ele tocava na bola, "o luso-brasileiro") veio a público criticar a táctica de jogo, a posição em que tinha sido colocado e mais uma e outra coisinha. Ora, que imagem é que isto transmite?
Não quero com isto dizer que os jogadores - ou qualquer outra pessoa, já agora - deve ficar calada quando algo não corre bem, fingir que tudo está perfeitinho e continuar como se nada fosse. Antes pelo contrário, que isso é coisa para me dar valentes fernicoques. Só que, em boa verdade, vir para a rua lavar a roupa suja é sempre muito mau sinal do que se passa no interior de uma casa. Do mesmo modo, vir criticar (implícita ou explicitamente) o treinador e/ou os colegas, é usualmente sinal muito claro do desagrado e da pouca ligação que existe no seio da equipa.
Quando se tem respeito, quando se gosta, quando se quer bem, a haver desagrado ou assuntos a tratar, estes são cuidados com discrição, entre quatro paredes e procura-se ao máximo não andar a espalhar uma imagem negativa por aqui e acolá, só porque sim, só porque me apetece, só porque tenho razão. Quando alguém se preocupa com outro alguém - seja a nível pessoal ou profissional - procura-se salvaguardar essa pessoa, mesmo que ela tenha cometido erros. Esses tratam-se recatadamente, fazendo das tripas coração para não prejudicar ninguém.
Se Deco tinha razão no que disse? A meu ver, está carregadinho dela. Se o devia ter feito? Não me parece - não a seguir ao primeiro jogo da Selecção, não quando a equipa tem ainda dois jogos pela frente, no mínimo (esperemos nós). É que há coisas que são públicas, outras que nem tanto.
Eu quero é que os gajos marquem... o resto é paisagem.
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